domingo, 10 de julho de 2011

Além da Grama





Pisava na grama. Apenas pisava na grama.
Até que descobri que a grama me acolhe com todo prazer. Me deito sobre ela, sem me importar com a terra que sujaria minha roupa ou formigas que circulam esporadicamente sob a relva.

Percebo então que a grama tem um cheiro suave. Cheiro de Liberdade. Pois uma cama com colchão paga em oito prestações não me proporciona esta visão do céu, tão sereno hoje - Fornece apenas ácaros, se meu quarto não for limpo ou fornece dor nas costas, caso os estrados da cama não estejam corretamente alinhados.

Ao encostar o rosto na grama, percebo a riqueza de detalhes daquilo que pisoteiam com os sapatos com cocô de cachorro incrustados na sola, a fim de destruir aquilo.

Viajo no verde.
Sinto o orvalho correndo em meu rosto, como uma lágrima. Talvez uma lágrima vertida por solidão.
Afinal, por mais que tudo esteja tão bom e agradável, ainda falta algo... pois enquanto tu perguntas que graça que vejo em você, perguntava a mim mesmo a graça que você tinha em estar deitada na grama, sob uma sombra, admirando um céu azul, nublado ou estrelado. vez ou outra um avião ou uma leve acentuação na escuridão do dia, causada pela fumaça dos carros.

Hoje fazendo isso, vejo que tem graça.
Porém, sinto-me somente mais uma pequena folha nesta imensa relva, que tem espaço suficiente para quem plantou uma semente de admiração á natureza plantar a sua companhia.

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