Poderia talvez nunca mais escrever nada
Com uma vida vazia e tediosa
Um coração fechado para quem tanto acreditei
E desacreditado das chances de ter uma chance.
Como poderia escrever algo, se o coração está em coma?
A mente está ponderando um massacre ás emoções
Conduzindo-me a um certo processo duvidoso
Onde meu orgulho ferido faz um olhar desamparado ser apenas um olhar qualquer
Onde tudo que eu sempre achei bonito de dizer fosse tão ridículo e vazio
Onde um sim é um não e uns resmungos acompanham minha incoerência, me fazendo ver e ouvir o que eu não quero
Poderia ter um poço de infinita inspiração
E tudo o que nos ronda é inspirador
Porém, com a falta de inspiração, tudo o que nos ronda faz tropeçar ou reclama do esbarrão acidental.
Poderia acreditar em novas possibilidades de ter o que tanto busco.
Porém, não sou buscado.
Poderia não me importar com mais nada, nem ninguém.
Mas acabo de mostrar nesse poema que também sei dar o braço a torcer.
E que não consigo fugir de mim mesmo, deixando as frustrações engolidas falarem mais alto.
Encantando não sei como e porque até mesmo as pessoas que desperto nojo e ojeriza...
Talvez porque sofrer seja bonito, embora ninguém goste
Mas com certeza consideram a felicidade algo ridículo.
E são tão Felizes!
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