quinta-feira, 23 de junho de 2011

Desabafo de um homem-número


Sufocado em um ambiente desfavorável
Onde o dinheiro é a principal preocupação
Enquanto na luta pela sobrevivência
Muitos Choram ou quase morrem de enfarte
Simplesmente por estarem ali o dia inteiro
Gerando Riqueza e lucro para um desconhecido
Que não sabe quem é você - Mas já sabe como te punir

Seu choro não passa de frescura para eles
Seu enfarte pode ser acompanhado pelo tratamento médico oferecido pelo convênio que desconta do Holerith cada olhada em direção ao Hospital

Seu suor é derramado antes mesmo do expediente, de pé no Ônibus
E sem falar do metrô pior ainda, que sai do seu Bolso
Vamos gerar a riqueza para os donos das Máquinas, Operando as máquinas
E comprando o que nós mesmos produzimos
Fazemos as máquinas operando outras máquinas, certamente produzida por mão trabalhadora
Que recebe algo irrisório para produzir coisas que agregam alto valor apesar do baixo custo
E no final das contas desencadeia na exploração do consumidor Final:


O próprio trabalhador...

terça-feira, 21 de junho de 2011

Sujeito ao Limbo


Seja parido, cagado e cuspido...

Para apanhar do papai e da mamãe
Para ser molestado pelo pedreiro de confiança
Para ser aliciado pelo traficante de drogas
Para ser uma criança usuária de Crack
Para ir á escola para ganhar bolsa-família
Para também lá fazer a única refeição do dia
Para ser alienado pela parcialidade didática do estado
Para entrar no embalo da moda da estupidez juvenil
Para consumir marcas, mesmo que falsificadas
Para conseguir o original, depois de fazer um assalto
Para ser pêgo em flagrante delito na puberdade
Para aprender a ser uma pessoa pior em sua pena
Para cumprir uma medida socioeducativa antissocializante
Para ter uma liberdade mais restrita que a prisão
Para ser malvisto por ter errado, como todos podem errar
Para se humilhar em sub-empregos que te aceitam
Para ser explorado sem direito á voz ativa
Para ser um número com fins de gerar números
Para ser um ZERO, se as centenas produzidas forem insuficientes
Para que os anos passem e a liberdade fique estagnada
Para que o corpo canse e os cabelos embranqueçam
Para que a recompensa por uma vida sofrida seja uma aposentadoria mísera
Para que sua família te despeje em um asilo
Para que seu sorriso cansado seja fato só nas chegadas de caridade
Para que os mais novos não desejem ficar como você
Para que sua história, que daria um livro, não passe de uma palavra para os outros
Para que quando sentir a morte chegar, desejar o apressamento
Para que quando parar de respirar poder ver o tão famoso céu
Para que ali no prometido julgamento Deus te perdõe...

...mas em sua vida não houve um momento de oração...

E sujeitos ao limbo, Mortos ou em vida, Seguiremos...

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Frustrações Engolidas




Poderia talvez nunca mais escrever nada

Com uma vida vazia e tediosa

Um coração fechado para quem tanto acreditei

E desacreditado das chances de ter uma chance.

Como poderia escrever algo, se o coração está em coma?

A mente está ponderando um massacre ás emoções

Conduzindo-me a um certo processo duvidoso

Onde meu orgulho ferido faz um olhar desamparado ser apenas um olhar qualquer

Onde tudo que eu sempre achei bonito de dizer fosse tão ridículo e vazio

Onde um sim é um não e uns resmungos acompanham minha incoerência, me fazendo ver e ouvir o que eu não quero

Poderia ter um poço de infinita inspiração

E tudo o que nos ronda é inspirador

Porém, com a falta de inspiração, tudo o que nos ronda faz tropeçar ou reclama do esbarrão acidental.

Poderia acreditar em novas possibilidades de ter o que tanto busco.

Porém, não sou buscado.

Poderia não me importar com mais nada, nem ninguém.

Mas acabo de mostrar nesse poema que também sei dar o braço a torcer.

E que não consigo fugir de mim mesmo, deixando as frustrações engolidas falarem mais alto.

Encantando não sei como e porque até mesmo as pessoas que desperto nojo e ojeriza...

Talvez porque sofrer seja bonito, embora ninguém goste

Mas com certeza consideram a felicidade algo ridículo.

E são tão Felizes!

domingo, 19 de junho de 2011

Expressão Autêntica


Gaguejo. Falo pausadamente. Balbucio coisas como "Ahhmm...", "éééé..."
E disparo uma coisa bonita verbalmente. Depois de Tanto pensar, Tanto improvisar. Talvez não saia com tanta precisão, nem com toda perfeição retórica que enfeita.
Deve ser porque saiu do Coração. porque é o que deve ser dito.
E, se saiu um pouco sem nexo, mas deu pra entender a proposta da mensagem, é porque o coração bate forte demais, enchendo o cérebro de efeitos da frenética circulação sanguínea, me deixando bobo.

Eu vejo por aí tanta gente querendo conquistar com frases feitas e palavras que nem sabem o que significa de fato. Se justificam: "o que vale é a intenção".
Porém, se a intenção é ganhar um coração, então é melhor deixar o próprio coração falar.

Palavras podem ser apenas palavras, nada mais. mas é nelas que conseguimos decodificar o que pensamos. Mas, se o silêncio vier, é algo mais significativo. É sentimento demais pra caber numa palavra, numa frase, numa poesia, numa carta. cabe apenas na vermelhidão do rosto e no afinco em direcionar o olhar a quem se deseja tanto.

Portanto,me desculpe se não fizer cartinhas ou juras escritas com tanta frequência.
Mas não se preocupe... tens á sua disposição toda a inspiração de um poeta.

E daí?




Quando chega uma hora em que tu vives em função de um dilema, para livrar-se deste peso é preciso abrir mão de algo.

Aquilo que poderia prover o recurso para o essencial da vida agora o impede de viver. Quanto vale uma satisfação, o seu bem estar? Certamente bem mais do que aquela miséria que lhe é paga.

Chame do que quiser, Rotule como quiser... mas estar em meu lugar, isso ninguém quer.
Outro pirracento diria que em meu lugar faria melhor.
Sorte dele. Problema dele. Pau no cu dele.
Azar foi o meu em insistir em socar ponta de faca. Uma hora sangra. Uma hora dói. Afinal, machuca... e se machuca faz mal. Se faz mal, o que estou fazendo ali?

Que venham as dificuldades,o feedback negativo alheio. Mas que não venha o arrependimento. mereço coisa melhor.

O que você tem, o que você pode?
Nada tenho, mas posso tudo.

Da mesma forma em que procurei o que já foi bom, passarei por coisas ruins até conseguir o que eu quero. Repito a mim mesmo: Paciência!
E você, quanto pode oferecer pra cuidar de minha vida? Nada tens, não é?
Então não me alugue!

Afinal a Dívida acumula e é cobrada com juros e correção. A mora moral.

Quanto Vale?




Está vendo aquele franzino homem derretendo se suor, com um carrinho improvisado repleto de papelão esmagado? É uma imensa pilha de sucata, uns 3 metros de altura... são 20 quilos em média.

Quanto pagam pelo quilo do papelão?
Uma dúzia de centavos...

Está vendo aquele homem morto em meio aos curiosos? Repare que ele está uniformizado, saindo do trabalho. Tinha ido ao banco. Três tiros, dois nas costas e um na cabeça, disparados pela frustração.

Afinal,quem matou não tinha nada a perder... porém perdeu tempo!
e 65 reais não sustentam seu vício satisfatoriamente.

Está vendo aquela moça parada na esquina? Com roupas curtas, mascando chiclete, em pleno frio... fazendo o papel de submissão á vontade alheia, chupando uns 5 pênis por dia e aceitando ser chamada de vadia tomando tapas na cara...

Um filho sem pai espera a mãe chegar com 30 reais para a sua alimentação.


Quando disseram para eles e para ela, que nada ou muito pouco valiam, seus valores se anularam.
Afinal, avaliam seu esforço em miséria.
Avaliam a vida alheia em qualquer quantia.
Ou avaliam sua dignidade no que é pago por ejaculação.

Porém, os que realmente não valem nada são aqueles que anularam o valor a eles... e avaliam em certa quantia a própria integridade.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

O que raios afinal é Intrínseco Exposto?

Cá estou eu com mais um blog para atualizá-lo quando der na telha, pode ser em questão de dias, meses, anos... Mas existe! Diferente do cena Punk SP, que é algo mais jornalístico, aqui a intenção é mostrar umas coisas que escrevo em noites insones, dias tristes e tardes tediosas. Prosa, Poesia, Crônica, ou qualquer coisa que eu escrevi pra extravasar e compartilhar o que eu estava pensando em determinado momento. É isso que você vai ler, é isso que voce vai achar legal, vai depreciar, vai se encantar ou vai marginalizar. Um trabalho paralelo que não tem como ser classificado, muito menos sei se é possível compreendê-lo. Mas está aqui, existe e todos vão ler. Porra! Espero que gostem do meu sentimento Intrínseco Exposto aos olhos de todos.

Intrínseco, vem de dentro de mim, bem subjetivo. Amor, ódio, alegria, tristeza, esperança, frustração, questionamentos ou simplesmente papo de bêbado. Exposto a tudo e a todos... á vossa admiração, ao repúdio dos que se dizem corretos, á compaixão de amigos que não estão nem aí para sensibilidades poéticas e dirão que está legal sem sacar a real dos escritos.

o sono chegou e eu cansei de me apresentar.

Fernando Feio.